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segunda-feira, 4 de março de 2013

Escolha criteriosa do modal de transporte


Antonio Carlos da Silva Rezende,
gerente de projetos da IMAM Consultoria Ltda.

Seja criterioso na escolha e na utilização do modal de transporte


Mesmo respeitando a posição de liderança do transporte rodoviário de cargas (TRC), devemos acompanhar a evolução e os aspectos positivos e negativos dos demais modais, avaliar periodicamente a viabilidade  técnica e econômica de utilizar outros modais, além do que, devemos nos aprofundar no conhecimento do modal utilizado.Vamos indicar alguns questionamentos que devem ser feitos para melhor avaliação:

1 Matriz de transportes. Devemos entender os motivos que levam ao desbalanceamento da utilização dos
modais: Foram avaliadas as vantagens e desvantagens de cada modal? Estamos atualizados quanto à evolução (disponibilidade, freqüência, custos, etc.) dos modais?

2 Infra-estrutura. Ao avaliar a possibilidade de utilizar um determinado modo de transporte devemos saber como anda sua infra-estrutura: Como estão as vias (projeto, conservação, sinalização, segurança)? Quais utilizar? Qual a localização dos terminais e dos desvios?

3 Legislação. Devemos avaliar alguns aspectos que interferem nas operações (lembrar que para os transportes existem organismos reguladores: ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), ANTAQ (Agência Nacional de Transporte Aquaviário) e DAC (Departamento de Aviação Civil), subordinado ao comando da Aeronáutica, Ministério da Defesa. As rodovias estatais ou privadas têm poucas interferências,
salvo na fiscalização nas fronteiras interestaduais; verificar se o trecho ferroviário que será utilizado
pertence a mais de uma concessionária e se existe acordo de direito de passagem; verificar se nos portos que serão utilizados existem boas relações entre a autoridade portuária, o operador portuário e o órgão gestor de mão-de-obra.

4 Empresa gestora. É importante entender a origem do capital e sua finalidade: é estatal? É privada? Tem
foco no transporte ou em investimento? Mantém boa conservação e tem planos para investimentos em ampliações? Foi avaliada a condição financeira da empresa gestora?

5 Instalações e equipamentos. No caso do TRC, os usuários têm menos dependências, o que não acontece
para demais modais: os portos e aeroportos têm boas instalações para armazenagem e transbordo? A  ferrovia tem bons terminais, instalações para estocagem e material rodante?

6 Disponibilidade. Além da infraestrutura, deve ser avaliada a disponibilidade de equipamentos e/ou linhas para o transporte. No caso do TRC, deve ser avaliada a disponibilidade da transportadora. No caso da ferrovia, existem equipamentos (material rodante) que garantam disponibilidade e a freqüência de embarques? No caso de portos, existem linhas com diversos destinos que garantam boa freqüência de
embarques?

7 Material a ser transportado. Quais são as características específicas a serem avaliadas para a escolha correta do modal: Qual o custo unitário do material? Qual é a proporção do custo do material em relação ao custo do transporte? O material depende da velocidade do modal (se é perecível ou está atrasado)? São grandes os volumes
(grãos, minério, cimento, produtos petroquímicos, etc.)? O material é classificado (inflamável, explosivo, etc.)? A distância e o tempo total foram avaliados?

8 Forma como o material será transportado. Este é um fator decisivo na escolha do modal: O transporte será a granel ou unitizado? Depende de caminhões, vagões ou navios especiais? Depende da disponibilidade do contentor (contêiner por exemplo)? O contentor é retornável?

9 Outros fatores a considerar.
Não podemos deixar de considerar que a concorrência entre os modais faz por aviltar (“achatar”) o preço do transporte com reflexo no custo, porém, também na qualidade. Cuidado!

10 Decisão para a escolha do modal. O processo depende da análise sistêmica e conjunta de todos os itens relacionados acima. Muitas vezes, as empresas utilizam apenas o TRC e ficam reclamando de custos
e qualidade de serviços.

Conclusão
Como já afirmamos em artigos anteriores, nunca despreze um modal, acompanhe a evolução de cada um e reavalie sistematicamente a análise da viabilidade, sob pena de perder oportunidades e, lembre-se: seu
concorrente pode estar se preparando!


MODAL
% de utilização
do modal
no Brasil*
VANTAGENS
DESVANTAGENS
Dutoviário
< 1%
• Para líquidos ou gases em
grandes volumes
• Custo
• Mais lento;
• Grandes investimentos;
• Aplicação limitada
• Depende de transbordo;
Aéreo
~ 1%
• Rapidez (perecíveis, em atraso)
• Bom para produtos de alto valor
e pequenos volumes
• Depende de transbordo;
• Limite de volume e classificação
• Custo elevado em relação
a outros modos
Aquaviário
~ 12%
• Mínimos limites de peso e volume
• Custo competitivo > 1000 km
• Mais lento;
• Mobilidade limitada – normalmente
depende de transbordo
Ferrovário
~ 23%
• Bom para produtos de baixo valor
e grandes volumes;
• Competitivo para distâncias
maiores que 700 km
• Mais lento em relação ao TRC;
• Grandes investimentos;
• Mobilidade limitada – normalmente
Rodoviário
~ 63%
• Disponibilidade
• Boa mobilidade (porta-a-porta)
• Bom para curta/média distância
• Alta incidência de furtos;
• Péssimas condições das estradas
ou alto custo de pedágio
• Custo elevado em relação
a outros modais
*Fonte: ANTT, ano base 2004

Fonte: IMAM Consultoria - www.imam.com.br




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