Confira os principais destaques do transporte de cargas por via
marítima, cabotagem e por vias interiores
A via marítima é o principal meio utilizado
para o transporte de mercadorias de comércio exterior brasileiro. a revista IntraLOGÍSTICA
apresenta a seguir um panorama do segmento em 2011. De
acordo com a Antaq – agência Nacional de Transportes aquaviários, em
2011 a tonelagem
exportada por via marítima representou 96% do total, enquanto que a importada alcançou
89%, maior índice em cinco anos. ao se analisar o fluxo comercial por valor
(uS$ FoB), percebe-se que essa
participação vem se ampliando nos
últimos anos, atingindo 84% do montante exportado e 76% do importado, ou seja, melhor
patamar desde 2007.
Em 2011 foram embarcadas no Brasil
514.740 mil toneladas de mercadorias com destino ao exterior, 5,1% a mais que
no ano anterior. Já o desembarque de mercadorias de longo curso foi de 143.347
mil toneladas, o que representou um crescimento de 13% em relação a 2010.
Em relação à natureza da carga, verifica-se que na
exportação houve crescimento na carga geral solta (17,7%), na carga geral
conteinerizada (9,4%) e no granel sólido (4,7%). Este último representa
aproximadamente 83% da tonelagem embarcada no longo curso, sendo o seu
desempenho impactado pelo aumento da exportação de minério de ferro em 2011.
Por outro lado, houve um decréscimo na tonelagem embarca-da de granéis líquidos
(-2,7%), ocasionada principalmente pela redução dos combustíveis e óleos
minerais, produtos químicos orgânicos e preparados alimentícios exportados no
último ano.
Já a análise das importações indica uma
distribuição mais uniforme entre os tipos de cargas desembarcadas no Brasil. No
comparativo 2010 vs. 2011, ocorreu um crescimento da tonelagem de granéis
sólidos (21,7%), de carga geral conteinerizada (16,7%) e de granéis líquidos
(7,6%) provenientes de outros países. Houve decréscimo no desembarque de carga
geral solta (-32%).
Origens
e destinos
Nas análises da antaq sobre as origens e destinos do
comércio exterior por via marítima, foi realizado o agrupamento dos portos
mundiais em rotas oceânicas. o critério de agrupamento tem como base o padrão
das linhas de comunicação marítimas realizadas pela Marinha do Brasil no
Sistram – Sistema de acompanhamento do Tráfego Marítimo.
O principal destino das
exportações brasileiras em 2011 foram os países do Índico e do Extremo oriente,
totalizando 292,7 milhões de toneladas, que representa 56, 9% do peso das
exportações brasileiras por via marítima. a maior parte dessa carga foi granel
sólido (91%), principalmente minério de ferro embarcado para a China.
Entretanto, a rota do Índico e Extremo oriente também foi o principal destino
das cargas de outras naturezas: 39,9% do granel líquido, 27,3% da carga geral
solta e 21,7% da carga geral conteinerizada.
O segundo principal destino das
cargas embarcadas no Brasil foi a Europa ocidental e Setentrional, com peso de
86,3 milhões de toneladas (16,8% do total exportado); seguido pelo
Mediterrâneo/ Mar Negro, com 39,5 milhões de toneladas (7,7% do total) e
oriente Médio, com 26,2 milhões de toneladas (5,1% do total). Para a Costa
Leste dos Estados unidos e Canadá foram transportadas 24,3 milhões de toneladas
(4,7% do total).
Já as
cargas desembarcadas no Brasil têm origem mais dispersa e distribuídas de
maneira mais uniforme entre as rotas oceânicas. apesar disso, a rota Índico/
Extremo oriente também é a de maior relevância, sendo a origem de 29,2 milhões
de toneladas de cargas desembarcadas no Brasil, o que representa 20,3% das
importações por via marítima. Da Costa Leste dos Eua e do Canadá foram
originadas 25,3 milhões de toneladas (17,7% do total). a terceira rota oceânica
com maior tonelagem de carga desembarcada no Brasil foi a Europa Setentrional e
ocidental, com 19,6 milhões de toneladas (13,7% do total), seguida pelo
Mediterrâneo/Mar Negro com 12,3 milhões de toneladas (8,6% do total); atlântico
Sul/rio da Prata com 11,1 milhões de toneladas (7,7% do total); áfrica
ocidental/Golfo da Guiné com 10,8 milhões de toneladas (7,5% do total); e
Caribe/Golfo do México com 10 milhões de toneladas (7%). as demais rotas
somadas totalizam 25 milhões de toneladas, o que representa 17,5% do peso total
das cargas desembarcadas no Brasil.
Cabotagem
A
renovação da frota de cabotagem foi, segundo a antaq, um dos principais
destaques do setor no ano de 2011. a expansão e modernização da marinha
mercante e da indústria naval foram impulsionadas por incentivos do governo
federal, a partir de programa de financiamento do Fundo da Marinha Mercante –
FMM, parte do Prgrama de aceleração do Crescimento, sob a gestão do Ministério
dos Transportes. o ano foi marcado pela entrega e entrada em operação comercial
dos primeiros dois navios porta-contêineres de 2.800 TEuS, de um total de cinco
navios encomendados em 2007 pela empresa Log-in. Também merece destaque a
entrega dos primeiros navios pertencentes ao lote inicial de 23 navios
inscritos no Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro
(Promef).
Outro
fato que merece destaque é a entrada de novos players no mercado e a saída de
outras empresas já tradicionais. a empresa estreante de maior destaque é o
grupo Triunfo, que controla duas empresas brasileiras de navegação autorizadas
pela antaq em 2011: a NTL Navegação e Logística e a vessel-Log. o grupo possui
quatro embarcações de grande porte em operação, duas próprias e duas afretadas,
e com planos de expansão poderá disputar fatias significativas de participação
no mercado de cabotagem. Por outro lado, o ano marcou a saída de empresas muito
tradicionais do mercado, como a Frota oceânica e amozônica, que renunciou à sua
ortoga por já não operar comercialmente nenhuma embarcação. ainda em 2011, a
Norsulmax (Grupo Norsul) importou o graneleiro Juriti de 75.000 TPB.
Em 2011, a navegação de cabotagem
transportou 133 milhões de toneladas de mercadorias. o número de 1,96% superior
à quantidade transportada no ano anterior. Essa expansão foi sustentada pelo
crescimento da tonelagem transportada de granéis líquidos e da carga geral
conteneirizada.
Embora com um volume
menos representativo, merece destaque a expansão de 9,61% no transporte de
contêineres, que passou de 5,2 milhões de toneladas em 2010 para 5,7 milhões de
toneladas em 2011. observa-se, neste caso, que fabricantes de bens de consumo
como eletroeletrônicos, alimentos e bebidas, higiene e transporte vêm ampliando
o uso da cabotagem como alternativa ao caminhão, para a movimentação de
produtos entre diferentes regiões do país, principalmente entre as empresas que
trabalham com vendas no atacado ou que possuem grandes centros de distribuição.
Esse fato ocorre principalmente por causa da ampliação da oferta de rotas
regulares e da facilidade de contratar o serviço porta-a-porta. É importante
frisar que o granel líquido continua sendo a tonelagem majoritária da carga
transportada (78,5%), seguido do granel sólido (13,7%), da carga geral
conteinerizada (4,3%) e da carga geral solta (3,4%).
Vias interiores
Já no transporte de cargas por vias interiores,
o destaque continua sendo a região hidrográfica amazônica. vale comentar que o
minério de ferro foi a mercadoria mais transportada por vias interiores,
5.322.721 toneladas, ante as 3.836.22 toneladas transportadas desta maneira em
2010. Já a soja, que em 2010 foi o principal produto transportado por vias
interiores caiu de 4.349.143 para 4.237.660 e sua participação no total de
cargas transportadas pelo modal caiu de 18,25% em 2010 para 16,85% em 2011,
ocupando o segundo lugar. o grupo compreendido por enxofre, terras e pedras,
gesso e cal ficou em terceiro lugar na lista das mercadorias mais transportadas
por navegação interior.
TRANSPORTE
DE CARGAS EM VIAS INTERIORES POR TIPO DE NAVEGAÇÃO E ACONDICIONAMENTO DA CARGA
Ano
|
Tipo de Navegação
|
Classificação
|
Carga Geral Solta (t)
|
Carga Geral Conteinerizada (t)
|
Granel Líquido
|
Granel Sólido
|
Total
|
2011
|
Interior
|
3.387.372
|
10.810
|
4.455.584
|
17.289.738
|
25.143.503
|
|
Estadual
|
401.801
|
4
|
3.430.943
|
5.073.891
|
8.906.639
|
||
interestadual
|
2.956.153
|
10.795
|
820.382
|
6.519.743
|
10.307.074
|
||
internacional
|
3.186
|
...
|
...
|
5.696.087
|
5.699.273
|
||
Percurso Não identificado
|
26.232
|
11
|
204.258
|
17
|
230.517
|
||
Cabotagem
|
14.560
|
2.296.733
|
5.447.976
|
14.566.489
|
22.325.757
|
||
Longo curso
|
1.116.384
|
4.257.050
|
2.510.010
|
24.461.377
|
32.344.822
|
||
2010
|
Interior
|
3.966.457
|
211.109
|
4.497.806
|
15.156.529
|
23.831.900
|
|
Estadual
|
463.443
|
...
|
3.442.467
|
4.876.723
|
8.782.633
|
||
interestadual
|
2.906.135
|
210.413
|
682.513
|
6.143.667
|
9.942.728
|
||
internacional
|
6.432
|
...
|
...
|
4.136.139
|
4.142.571
|
||
Percurso Não identificado
|
590.447
|
696
|
372.826
|
...
|
963.968
|
||
Cabotagem
|
287
|
1.943.786
|
5.210.615
|
14.074.274
|
21.228.963
|
||
Longo
curso
|
1.399.899
|
3.423.175
|
2.385.565
|
22.150.428
|
29.359.067
|
Fonte:
ANTAQ, DH/SP e AHRANA.
Sinais
convencionais utilizados
… Dado
numérico não disponível.
– Dado
não existente ou não se aplica.
Acordos Internacionais
O Brasil
tem firmados 13 acordos bilaterais de cooperação com os seguintes países:
Alemanha, Argélia, Argentina, Bulgária, Chile, China, Estados unidos, França,
Polônia, Portugal, Romênia, Rússia e Uruguai.
Os
acordos são baseados nos princípios da reciprocidade de interesses e na
liberdade do comércio exterior.
Atualmente,
o Brasil tem poucas embarcações de bandeira nacional operando no longo curso.
No âmbito
dos 13 acordos bilaterais de transporte marítimo, apenas 4% da tonelagem é
transportada em bandeira brasileira.
Em 2011, o tráfego
entre o Brasil e os países signatários dos acordos bilaterais respondeu por 49%
da tonelagem transportada no longo curso. Destaca-se a corrente de comércio com
a China, que totalizou 205 milhões de toneladas, ou seja, 64% de todo
transporte no âmbito dos acordos bilaterais.
Na tentativa de ampliar o tráfego
de mercadorias entre os países do Mercosul, está sendo negociado um acordo
Multilateral sobre o Transporte Marítimo entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
a Antaq, como representante do governo brasileiro para assuntos relacionados à
navegação marítima, participou, no último ano, de duas reuniões do Subgrupo de
Transportes do Mercosul (SGT5). Nesta rodada, os debates giraram em torno da
inclusão dos serviços feeder no texto do acordo.
A
agência participou ainda das negociações para o estabelecimento do acordo de
transporte marítimo entre os países do Mercosul e o bloco da união Europeia. Além
disso, assessorou o Ministério das relações Exteriores e o Ministério dos
Transportes na análise da emenda do acordo bilateral Brasil-China.
TRANSPORTE DE NAVEGAÇÃO
DE LONGO CURSO
Total embarcado, por natureza da carga
Natureza da Carga
|
Quantidade (t)
|
%
|
Granel Sólido
|
425.151.909
|
82,60
|
Granel Líquido
|
28.719.576
|
5,58
|
Carga Geral Solta
|
24.102.571
|
4,68
|
Carga Geral Conteinerizada
|
36.765.912
|
7,14
|
T o T a L
|
514.739.968
|
100,00
|
Fonte: http://www.imam.com.br/consultoria/index.php?option=com_docman&task=doc_details&gid=110&Itemid=11
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